sábado, 29 de agosto de 2009

ARRANHA CÉU


Mil noites
cafeína e cigarros
pistas de dança
monociclos e triciclos
sinais ou faróis?
naipes à esquerda
ganhar, perder
quantos anos você tem?
outras tantas ondas
o mesmo sol a nos reger
ainda é noite
espera, volta
o calibre da tua falta de vergonha
eu sou alvo instantâneo pros teus lábios
eu sou alvo eterno da tua fuga
corres para onde?
o mesmo sol a nos embriagar
é noite ainda
eu não sei quantos anos tenho
seus braços na direção
eu já posso cair em tentação
cafeína e cigarros
repetidas vezes
seu riso, meu ciso
te levantam pelo pescoço
globos de espelho
pichações em paredes
o temor do meu prazer
a pressa explícita da tua garganta
vodka, repressão
mil noites
eu não tenho mais o que fazer
um minuto
outro romance de começo infeliz
eu faço um rap da tua ausência
eu faço um rap disparado por
breves lutas
leve e bruta batida
em olhos cegos de esperança
por roucos ouvidos
confusa dança
eu faço um rap
monossílabos, tritongos
estéreis estéreos
eu faço um rap
torres, cavalos...
pistas de dança
penúltimo degrau
segredos forjados
prá te perder
ou aliciar tua tensão?
um minuto chega
é muito ainda
amanhã quem sabe
some, evorapora, vaza, desapareça
caia fora atento
já chega
mil noites
o mesmo sol a nos acariciar
a terra empaca
terremotos no japão
um minuto chega
é muito ainda
prazos de validade
da tua confusão
melhor assim
blecautes
acidentes de automóvel,
fumaça e lágrimas
nos olhos
mil noites
outro sol a nos queimar.