
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
domingo, 3 de janeiro de 2010
2010
Primeira tarde de domingo. Clara e fervente. A rua vazia, o sol acima. Tudo deserto. Todos distantes, em suas casas. Nem uma vaga nos motéis. Ando num silêncio pacífico. Silêncio em movimento na tarde abafada. A retina querendo menos.
- O ônibus vem ali.
Quebro a cara. Faço a cabeça. Conquistei esta fama cedo. Sorri com tua boca bonita. Cheira amaciante. Deixa tesa esta tarde. Veloz... ligeiro, com o almoço na barriga. Barba feita, poros dilatando sal. Ano novo, grande coisa. Já acumulo mais do que gostaria. Quando seu aniversário? Trago um presente. Canto uma nova canção. Aproveito a sombra de uma dama da noite: insípida. Oprimida pela tarde, em latejante silêncio ela resiste.
- O ônibus vem ali.
Marco pontos, traço planos. A retina, a retina... a coxa direita. Quero mais nada não. Volta logo. Me manda um beijo. Esfrega as mãos. Olha as cores. Escuta este silêncio grave. Silêncio pulsante. Que fiz para tu não se esquecer. Faço barulho querendo me conter. Uma máquina japonesa toda vez que tenho você.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
SEGURANÇA
Tão belo e desajeitado... formas tão precisas contrastando com tão cínicos sentidos. Todos eles te traem meu caro. E com o passar do tempo, se desalinhas. Mas não pense que é somente por vingança que aqui exponho tuas deformidades segredadas. Todas estas imperfeições ainda me atraem... Quando o conheci, lembra? Era eu quem lhe negava prazeres. Mas embora tenha vontade de pegar o telefone e discar para lhe dizer: Enfia esta porra de telefone no cú enquanto ele ainda vibra, seu Zé bostinha de merda! Não o farei. Sim, pois sou um cavalheiro nos verbos e modos. E já tenho idade o suficiente para saber que mudamos de idéia. Tão simples assim. Sei que podes querer voltar como em tantas outras passadas vezes. Enquanto isso? Eu, que sempre trago problemas e sou capaz de gentilezas monstruosas, vou armando uma sincera vingança!
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
PARÓDIA VETORIAL
Tinha um Mané no meio da minha reta
Tinha um Mané
No meio da minha reta tinha um Mané.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
terça-feira, 27 de outubro de 2009
CHECK OUT
Me deixa por perto. Mais perto. Bem perto, tão por perto... assim praticamente dentro. Que eu quero entrar de cabeça no teu cotidiano. Te dobrar mil e uma vezes a cada noite. Abrir teus poros e extrair teu suor sem perder o ritmo. Tocar teu coração sem usar as mãos. Vou atrás de você quantas vezes quiseres. Nosso lance é tão natural quando livre de tanto termo verbal. Mas se ontem eu te entendia, hoje você me entedia. Dando tanto fora, tu segues cego, sem olhar para trás. E me deixa só... com esta pouca merda na cabeça!
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