terça-feira, 20 de outubro de 2009

REENCONTRO


Se por acaso o telefone tocar. Se a gente pela rua se esbarrar. Ou até mesmo na festa eu te olhar. Foi engano. As vezes acontece, estarmos longe no tempo mas no mesmo lugar. E se eu não lembrar... desencana. Foi só uma vez contra tantas querendo esquecer. Perdoa minha canalhice que supero sua paixonite. Passou tão feroz e deixou um risco de tristeza no meu rosto. Passou tão veloz e deixou um cisco de frieza no meu olho. Compreendo em silêncio, você não? Cada volta que a vida dá parece nos dizer: toda dança é oferecimento da alma solta. Então bate na minha porta. Bate nas minhas costas. Bate no meu peito... qualquer movimento é batida do coração querendo além. Mas meu fígado pede menos. E eu te vejo outro cada vez que te vejo. Fico sem saber, se sigo ou volto. Então giro. Peão, parafuso, onda. Sem querer fiz este trato com a cidade. Dou o troco do destino. Mesmo que não toque o telefone, que estejam desertas as ruas e as festas não sejam só para mim, muito menos para você.
Não existem sinais indicando a contramão. Você pode ter certeza... foi engano.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

CARNAVAL


Dá um tempo. Eu te vejo e parece que perdi o capitulo mais importante da novela. A reviravolta da nossa possível trama. A repetida mesmice deste passível drama. Leva tua camisa de futebol já lavada. Devolve a samba-canção verde. Fala pra tua prima que mandei um beijo. Derrete mas não frita o cérebro. Raspa a cabeça antes de ir. O narguilé deixa comigo. Passa creme nas tatuagens. Usa camisinha e não dirige chapado. Vai, fica com esse outro cara. Que eu fico de olho nos safados dos teus amigos. Dá um tempo...

MANTRA KEANU REEVES


Abra-te sésamo da tua mente. 
Coração saqueado...
Abra-te sésamo dos teus olhos.
Oculto tesouro...
Abra-te sésamo dos teus lábios. 
Gestos logrados...
Abra-te sésamo das tuas pernas.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

CANTADO


Lá na porta, depois do terceiro último drinque, hora de ir embora:
- Não vai tirar a carta da manga?
- Carta? Manga? Do que você tá falando?
- Do seu truque da noite, não vai fazer?
- Cara, este truque já fiz...
- Mas quando foi isso que nem vi?
- Ah eu sim, quando sorriu prá mim!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ALVO


Uma questão para quando arfar veloz o peito apto ao disparo e cerrar os punhos com as mãos tomadas de explosivo suor. Quando não mais perceber qual direção seguir e seus pés quiserem golpear o ar a sua volta. Com os lábios anestesiados e a boca espumando depois do último brinde. Para quando as luzes ainda estiverem piscando e você estiver cego, com facas nos olhos. E uma voz soar grave e ininterrupta dentro da sua cabeça quente e cheia. Com as veias rígidas, latejando todo calor e fúria. Eu sei como é... preferir a morte ao invés da sorte. Eu sei como é... proferir a vida sem valor. Nós somos medo e desejo. Concentrados aos limites simplesmente para reconhecê-los, jamais dispostos a respeitá-los. Munidos de tédio e revolta... nunca tivemos a manha de nos safarmos impunes das encrencas em que nos metemos. Sabes como é, ver a mesma maldita cara em qualquer estranha face, pelo refletor, pela rua, pelo monitor. Por onde esta invasão? Qual fresta? Qual buraco? Onde a brecha do teu reino? Falhar o esquecimento enquanto vacilam os sentidos. Eis o sentido pleno do êxtase de não sabermos se vitoriosos ou derrotados quando finda outro combate... se inimigos ou aliados. Será que amanhã acordaremos lado a lado? Mas antes, me diga então, cada rajada que sai de ti... onde o gatilho???

domingo, 4 de outubro de 2009